Entrevista com Markus Thayer

Quem estava ansioso por mais uma entrevista do blog Perdidas? 
Neste domingo, o entrevistado é Markus Thayer, autor de Hathor; e como não poderia ser diferente, foram vocês que escolheram as perguntas.
Vamos conferir?

Entrevista Markus Thayer

Alex Cardoso: A resenha de Hathor me lembrou muito as histórias de Indiana Jones, sempre atrás de alguma cidade misteriosa e seus tesouros; você se inspirou nesse personagem e suas histórias?

Markus: Bem lembrado, a magnifica serie Indiana Jones traz um dos mais encantadores personagens das telas. Henry Jones Junior que tem o apelido de Indiana Jones conquistou corações  e ficou eternizado pela atuação  magistral de Herrison Ford. Realmente existe algo em comum entre John MacBrian e Indiana Jones. Ambos são estudiosos e iniciam suas aventuras em uma universidade. Contudo, não foi Jones quem inspirou a construção de MacBraian mas sim Axel, sobrinho do Dr. Otto Lindenbrock e narrador do livro "Vigem ao centro da terra". Uma obra ímpar do ilustre escritor Júlio Verne. 

Ana Caroline: Você se inspirou em alguém presente em sua vida para criar seus personagens?

Markus:  Os personagens de Hathor foram todos criados em função da história. Nenhum deles foi inspirado por uma pessoa conhecida. Quando criamos um personagem, criamos também uma vida para ele, de forma a explicar como e por que ele chegou até aquele momento da história. Durante esse processo de criação, eventualmente nos lembramos de alguém, mas fica por aí. Não gosto de usar pessoas conhecidas como inspiração para construir personagens.

Gladys Freitas: Já tem algum tema para o próximo livro?

Markus: Eu já tenho sim o tema para o próximo livro, que será a continuação  de Hathor. O nome provável é "Hathor e o enigma de Almaquem". Onde Briela, John e outros personagens vivem uma aventura que desafia os limites do tempo e do espaço. A continuação de Hathor será repleta de suspense, ação, ficção cientifica e um toque de romance.

Alice Aguiar: O que você acha do mercado literário brasileiro? É muito dificil ser um escritor hoje em dia?

Markus: Hoje em dia, com a internet ficou muito mais fácil escrever e divulgar a sua arte. A tendência mundial é que os livros migrem das páginas em papel para as telas dos celulares. Assim, publicar ficou muito mais simples e barato, com a vantagem de que você disponibilizar a sua obra para todo o mundo. Se você tem vontade de escrever já vá pensando em formatar o seu livro em ebook.

Nardonio: O que você acha das "modinhas literárias"? Você se renderia à alguma(s) dela(s)? 

Markus: Eu penso que a arte é uma propriedade da alma humana, todos nós somos artistas, somos criadores em todos os sentidos. E modas no geral fazem parte do maravilhoso universo humano. São as nossas escolhas são nossos modelos. Penso que o mundo fica um pouco melhor no momento que uma obra de arte é criada.

Nardonio: Se você tivesse que escolher uma personagem de livro de qualquer autor, qual a personagem que mais se parece com você? Por quê?

Markus: Olha, versão cinematográfica  do livro "Quem somos nós" tem um personagem chamado Dr. Quantum, trata-de um estudioso de física teórica e mecânica quântica que procura entender os segredos do Universo. Adoro esse personagem, acho que temos muito em comum.

Fernanda Yano: Quais são alguns elementos importantes de um bom escritor?

Markus: Acredito que todos somos ótimos contadores de histórias, isso faz parte de nós. Você vê isso no dia-a-dia quando as pessoas contam o episódio no ponto de ônibus, ou como alguém lhe atendeu bem na loja (ou como atendeu mau). Enfim, somos contadores de histórias profissionais! Acontece que colocar no papel (ou no computador) é coisa bem diferente. Primeiro porque a sua história estará escrita, e só esse fato já causa um certo desconforto. Outro probleminha é a organização lógica das palavras de forma a transmitir a sua idéia de forma clara. Mas se nos atermos aos problemas a história não vai para o papel. Então, na minha opinião o primeiro elemento diz respeito à capacidade de se concentrar, deixando de lado todos os medos e preconceitos. Deixar ir para o papel tudo que surgir na mente. Depois num segundo passo você revisa e faz os ajustes necessários. Um outro elemento importante é a organização da história. Antes de começar a escrever, é importante ter bem definido quatro pontos da sua obra. O primeiro está nas primeiras páginas onde você conquista o leitor e o convence de que vale a pena ler. Esta é a parte onde você posiciona tudo, apresenta o protagonista, o antagonista, define um objetivo para o protagonista e narra uma cena que muda a vida dele para sempre.  A partir desse ponto tudo acontece de forma a dificultar ou afastar o personagem de seu objetivo. Até que acontece o segundo ponto, que vira a história em direção ao fim. E o terceiro ponto é final da obra, ou seja, seu protagonista consegue o que quer? Qual é o preço de sua conquista? Lembre-se, você precisa ter um  escopo de toda a história antes de começar a escrever.

Por fim, outro elemento importantíssimo é a persistência. Nunca, jamais desista da sua arte. Não acredite nos pessimistas de plantão que passam a vida acreditando que tudo vai dar errado. Acredite em você, acredite no seu talento. Só uma pessoa pode definir se vai dar certo ou não. Essa pessoa é você. Você tem todo controle sobre continuar ou desistir. Jamais desista, se você faz o que ama, todo o Universo conspira a favor para que seu sonho se realize.

Perdidas: Como você tem interesse por física quântica, podemos esperar um próximo livro mais baseado em ficção científica? 

Markus: Sim, eu adoro escrever ficção cientifica. Sinto um prazer enorme quando solto minha mente para explorar mundos inimagináveis. Hathor e o enigma de Almaquem é repleto de paisagens fantásticas.

Perdidas: A civilização/ cidade de Hathor descrita no livro é inspirada em alguma outra civilização? Qual?

Markus: Talvez, inconscientemente, Hathor tenha sido inspirada pelo continente perdido de Atlântida. Esta é uma lenda que me encanta.

Perdidas: Desde o início, você pretendia juntar a história, que se inicia em Londres, com o Brasil e a Amazônia; ou isso aconteceu naturalmente ao longo do processo de criação? 

Markus: Quando comecei escrever Hathor toda a estrutura da obra já estava definida. Londres, Brasil, o hipotético centro oco da Terra e seus personagens.

Gostaria de aproveitar o espaço para agradecer, de coração, o carinho de todos por Hathor, que graças a vocês, tem sido muito elogiado e muito bem recebido. Isso só faz crescer minha admiração e respeito pela nossa gente. O povo brasileiro é muitíssimo carinhoso, talvez seja por isso que o mapa do Brasil é em forma de coração.

Obrigado, muito obrigado.

Markus Thayer.