Quem estava ansioso pela entrevista desta semana? Pois é...tive um probleminha ontem e não consegui postar a entrevista, mas aqui estou para remediar este fato! Confiram!
Entrevista com Alex Alves
Alex Cardoso: Você foi comparado a Luis Fernando Verríssimo, no início
da carreira, na resenha de Coisas da Terra publicada neste blog. Você se
inspirou em Verríssimo quando começou a escrever seus contos?
Alex: Caro Alex, meu xará, muito boa a
sua pergunta. Para escrever o "Coisas da Terra" não me inspirei em
Veríssimo. Ocorre que realmente gosto e me identifico com o estilo e os
textos dele. Costumo lê-los quando estão disponíveis no mercado em
formato de livro ou pelo jornal onde ele escreve suas crônicas. Acho que
em comum temos o lado espirituoso do humor, curiosidade de escrever
sobre os mais variados temas e o estilo literário. Confesso que foi e é
uma grande honra ser comparado por esse blog a um consagrado
escritor como Luis Fernando Veríssimo.
Manu Hitz: Gostaria de saber como é o processo
criativo do escritor. Se a história 'nasce' na cabeça dele, com as
ideias se delineando? Ou se ele senta e fica pensando no que escrever?
(imagino que não seja assim)
Alex: Olá Manu. A primeira opção é a
correta. As histórias surgem nas situações do dia a dia. Na fila de um
banco, no passeio com os cachorros pela manhã, dentro do elevador ou num
almoço de trabalho. A ideia surge e com ela a vontade de transformá-la
em palavras, em história. As duas coisas juntas fazem com que eu olhe
para a tela do computador e comece uma viagem. Cada texto tem a sua
própria vida e isso é um grande barato.
Manu Hitz: Gostaria de saber qual a maior
dificuldade nesse processo de escrita de um livro. Você deixa o
personagem crescer e contar a história ou é você quem decide os rumos do
personagem? Porque tem personagem tão forte que traça 'sozinho' seu
desfecho.
Alex: Estou escrevendo um romance que
se chamará "Entre Vidas". Sua pergunta é muito pertinente. Penso que
diferentes escritores enfrentam diferentes dificuldades no processo. Não
são poucas como você bem deve saber. No caso do Entre Vidas, a história
tem um protagonista que não narra a história, eu o faço. Como "dono da
obra" tomo as rédeas e as diretrizes sobre os personagens. Gosto mais
assim pela liberdade que me proporciona. De fato, existem situações que
pela maneira como a história se desenvolve, o personagem começa a traçar
o seu futuro e aí o autor torna-se refém da sua própria história. Nada
contra, porém prefiro cuidar para que eu tenha a liberdade de "voar" no
início, meio e fim da obra. Egoísta? sim, um pouquinho.
Fernanda Yano: O que é mais difícil na vida de escritor?
Alex: Fernanda, que ótima pergunta.
Pensei bastante para respondê-la. Várias coisas passaram pela minha
mente. Chego a conclusão que o mais difícil na vida de escritor é
estabelecer os contatos certos para que a obra chegue nas mãos das
pessoas certas e não apenas nas mãos de certas pessoas.
Vanessa Meiser: Gostaria de saber se sua família lê seus livros e se eles te apoiam.
Alex: Vanessa, sim eles lêem. Engraçado
você fazer essa pergunta pois na contra capa do meu segundo livro, "A
Terra e as Coisas", onde encontram-se informações sobre o autor, o
texto termina assim: "... Em 2011, reuniu coragem para organizar e
lançar seu primeiro livro, "Coisas da Terra". Amigos e familiares
disseram que gostaram bastante! Mas eles são um pouco suspeitos".
Ana Claudia: Em seu livro "Coisas da Terra" você explora contos e poesias, além desses estilos literários você tem vontade ou intenção de lançar outros estilos?
Alex: Oi Ana Claudia, sim.
Estou trabalhando num livro, um romance que se chamará "Entre Vidas".
É a história de uma pessoa que vive seu passado e seu futuro mesmo tendo
adormecido para sempre, aliás, é aí que sua vida começa.
Pretendo lançá-lo no final de 2013.
Ana
Claudia: Você já tem trabalho a curto ou médio prazo em mente ou seu
publico terá que aguardar um pouco mais para poder ter em mãos seu
próximo trabalho!
Alex: Ana Cláudia, acabo de lançar no
dia 29 de novembro, o livro "A Terra e as Coisas". O livro envereda e
abrange situações do cotidiano desde azeitonas, cachorros, escadas e
fotografias até terminologias usadas em nossa língua portuguesa como
falácias, prosopopéias e proparoxítonas, num contexto metafórico com o
intuito de nos remeter à realidade. O conjunto da obra dá mostras da sua
diversidade e o objetivo é a provocação do pensamento, do imaginário ao
mesmo tempo permitir ao leitor uma pequena escapada das suas rotineiras
preocupações diárias. Este segundo trabalho, não contém poesias, "A
Terra e as Coisas" é formado por várias crônicas apenas.
Até o final do ano, pretendo lançar o "Entre Vidas", conforme mencionei na resposta à sua pergunta anterior.
Perdidas: O que você prefere escrever: pequenos contos; uma história única; ou poesia?
Alex: De verdade, prefiro os três. Hoje
volto-me mais para o formato de história única porque é desafiador essa
coisa da continuidade da história e porque é muito bom criar
personagens que te faz entrar em seu mundo.
Gosto muito de pequenos contos porque é
aquela coisas da história curta, vapt-vupt, a ideia está ali em poucas
linhas, mensagem dada, emoção curtida.
Já poesia é arte, provoca o imaginário,
excita o pensamento, cria indagações e te leva a diferentes caminhos
apenas com palavras soltas e/ou amarradas.
Perdidas: Qual o seu escritor favorito e por que?
Alex: Gabriel Garcia Marquez pela
nitidez que consegue transformar as ideias e histórias em palavras que
geram emoções, fantasias. Pela sua imaginação e criatividade. Ele é
sensacional!
Perdidas: Qual o livro mais marcante na sua vida?
Alex: Muito difícil selecionar apenas um. Se me permite, alguns livros me marcaram imensamente. São eles: Grande Sertão Veredas de Guimarães Rosa, Cem Anos de Solidão de Gabriel Garcia Marquez, O Alquimista de Paulo Coelho, 1984 de George Orwell. As biografias de Abraham Lincoln, J.F. Kennedy, e mais recentemente Steve Jobs.
Gostei bastante da entrevista.. e pelo que ele diz, o livro que vai ser lançado ano que vem vai ser ótimo.. \0/
ResponderExcluirAinn como amo essas entrevistas!!Da a oportunidade da gente conhecer mais os autores o processo de criação que eu acho o mais interessante...Amei a entrevista ele é super simpático *-* Bjus
ResponderExcluirAi, que graça essa entrevista! Agora vou ler Alex Alves, adorei conhecê-lo melhor. E com que carinho respondeu às minhas dúvidas! Fiquei fã, Alex!!!
ResponderExcluirGostei de conhecer mais sobre o autor, e o bom poder perguntar também.
ResponderExcluirParabéns pela entrevista com o escritor Alex Alves,adoro a coluna porque assim conhecemos um pouco mais sobre os escritores e seus livros.
ResponderExcluirAdorei a resenha foi bom conhecer melhor o autor o/
ResponderExcluirGostaria de agradecer ao Perdidas pela oportunidade, pelas leitoras e leitores do blog que submeteram as perguntas e pelos comentários da Amanda, Suzi, Manu, Fernanda, Vanessa e Maria Trindade.
ResponderExcluirUm 2013 com muita saúde, paz e prosperidade para todos!
Vários escritores têm falado mesmo dessa dificuldade que é fazer a obra chegar ao leitor. Já ouvi alguns dizerem que escrever é a parte fácil, que ser escritor hoje em dia é muito mais do que isso.
ResponderExcluirAcho que nunca vou ser escritora... não consigo ver ideias nascendo na minha cabeça em situações cotidianas...
Muito boa a entrevista. O Alex Alves se mostrou um cara bem verdadeiro e multi-talentoso. Não é fácil conseguir escrever vários estilos diferentes. E ser comparado à Veríssimo então...
ResponderExcluirSucesso ao Alex!!!
@_Dom_Dom
Eu não conhecia o escritor.
ResponderExcluirGostei muito da entreevista.
Gostei dos livros que ele citou, são bem interessantes. Não conhecia o autor também. E ser comparado a Veríssimo não é pra qualquer um heim! Muito boa entrevista.
ResponderExcluir