Apegados por Amir Levine e Rechel S. F. Heller

Autor: Amir Levine e Rachel S. F. Heller
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581631967
Ano: 2013
Páginas: 304
Classificação: 

Cada vez mais fazemos uso da pesquisa científica para conquistar melhor qualidade de vida. Sabemos o que devemos ou não comer, conhecemos o tipo de exercício que devemos praticar e por quanto tempo devemos fazê-lo, aprendemos alternativas viáveis para conquistar o sono revigorante... No entanto, nossos relacionamentos amorosos, parte importante de nossa vida, não parecem tão avaliados e estudados. Geralmente temos a sensação de que essa coisa de amor é um assunto da sorte. Mas será possível que a ciência explique por que algumas relações são produtivas e enriquecedoras, enquanto outras nos deixam perturbados e alienados? Pode a ciência explicar como muitos criam vínculos amáveis sem esforço algum, enquanto outros têm que lutar tanto pelo amor? Para o psiquiatra Amir Levine e a psicóloga Rachel Heller, a resposta é um evidente “sim”. Em "Apegados" — livro baseado nas pesquisas da Teoria do Apego, de John Bowlby —, os autores revelam como compreender os mecanismos de afeição que se criam entre os adultos, o que certamente nos ajudará a encontrar e a manter o amor. Seja você do tipo “ansioso”, “seguro” ou “evitante”, Levine e Heller se encarregam de oferecer instrumentos suficientes para que você possa construir relações mais fortes e reparadoras com as pessoas que ama.

Esse livro começa como uma dissertação de mestrado e termina como um livro de autoajuda. 

Nele somos apresentados a teoria do apego, ou seja, a teoria que define que cada pessoa se encaixa em um dos três tipos de apegos. São eles: 
(Obs: As descrições abaixo são um livre resumo do que foi apresentado no livro e não corresponde literalmente aos termos utilizados pelo autor para descrever cada grupo). 

• Seguro: A pessoa não tem medo de intimidade no relacionamento; consegue se expressar sem problemas em relação aos seus sentimentos e não vê o parceiro(a) como um problema para a sua independência, mas sim, como um porto seguro; um ponto de apoio.
• Ansioso: Vive preocupado com a relação; tenta sempre estreitar os laços de intimidade com as pessoas, mesmo quando os sinais são claros de que a pessoa não esta muito a fim disso. Esse tipo de pessoa, normalmente sofre muito nas relações, pois esta sempre tentando atender as necessidades dos outros, mas não vê as suas necessidades sendo atendidas; e quando isso ocorre, ela sente-se frustrada. No fundo, ela esta sempre se envolvendo com o tipo errado pra ela.    
• Evitante: Encara a intimidade com outras pessoas como perda da independência. Esse tipo de pessoa acredita que a carência dos outros não é problema dela, que ela só pode confiar em si mesma; e esta mais preocupado com os seus problemas e necessidades do que em satisfazer as necessidades dos outros. Ela até consegue se conectar com as pessoas, mas sempre mantém uma rota de fuga. 

No livro é possível fazer um teste pra saber que tipo de pessoa você é. Se você ficou curioso e quiser descobrir qual o seu tipo, aqui vai o link para o teste completo (o que tem no livro é uma versão resumida, mas tão eficaz quanto o teste completo. Além disso, esse teste esta em inglês, e o do livro esta em português. Óbvio!). 

Eu não precisei do teste pra saber que sou do tipo evitante; mas fiz o teste pra confirmar o que eu já sabia. Na verdade, descobri que tenho muitas das desprezíveis características desse grupo de pessoa (se você fizer o teste e se encaixar no mesmo perfil que eu, verá que ao mesmo tempo que somos invejados, pois somos os independentes; os aventureiros; aqueles que não precisam de ninguém... também fazemos todos à nossa volta sofrerem, pois pisamos neles para garantir o distanciamento e independência que tanto precisamos. A Laisy e meu "namorido" sofrem comigo.)

Não vou mentir. No início eu achei esse livro bem chatinho. Nada do que estava escrito era uma novidade pra mim; basta você pegar uma Cosmopolitan (no Brasil ela é conhecida como revista Nova) qualquer, que encontrará as mesmas dicas que são dadas no início do livro. Mas, com um pouco de esforço, eu continuei a leitura e ele até que foi melhorando... no final, tive a impressão que tinha passado por uma grande consulta num psicólogo. Pra quê gastar uma fortuna com terapia gente!? O livro é bem mais barato e como foi escrito por psicólogos, eles falam com você exatamente como se você estivesse em uma sessão de terapia! 

E não é que a coisa funciona?!

Eu por exemplo, passei a entender algumas pessoas que estão a minha volta (de perfil ansiosas), e por que elas parecem tão carentes aos meus olhos. Agora, estou tentando ver o lado bom delas, em vez de focar nas coisas ruins (uma das características dos evitantes). 
Na verdade, esse livro parece que foi feito pra quem é evitante e/ou ansioso. Quase não há partes que falem sobre os seguros. Talvez porque eles não precisem de ajuda, né? 

Enfim... se você gosta de livros de autoajuda, ou livros voltados mais para a área da psicologia, esse livro foi feito pra você. Se você esta encontrando dificuldades no seu relacionamento, talvez, encontre a solução (ou o por quê dos seus problemas) aqui; Mas se você não tem muita paciência pra estudos científicos e livros de autoajuda... fique longe dele! 

Eu já disse isso uma vez, mas não custa nada repetir. Pra mim, um livro de autoajuda tem que no mínimo cumprir o que ele se propõe a fazer: te ajudar. Esse livro cumpre a função dele e realmente ajuda as pessoas a se encontrarem e melhorarem. 

Ah! Quem fizer o teste, coloque o resultado nos comentários deste post. Vamos ver quantos seguros, ansiosos e evitantes existem por aqui. Isso será bem divertido. =)

Quer saber mais? Então clique aqui para obter mais informações sobre a teoria do apego.

Coisas que aprendi com este livro:

• Os outros não são obrigados a ler a sua mente, logo, se você precisa de alguma coisa, diga! Não espere que seu namorado suponha que você esta carente e precisa que ele fique com você em casa naquela noite. Diga a ele isso! 
• Quando a pessoa não consegue suprir as necessidades dela, seja fisicamente ou psicológicamente, ela tende ao drama, ou como eles chamam no livro, aos sinais de protesto. Tente sempre suprir as necessidades dos outros, ou seja, se você identifica que seu companheiro é do grupo ansioso (com necessidade de atenção para suprir a carência), dê atenção a ele e quando quiser ficar sozinho, diga abertamente que você gostaria de ter um pouco de espaço e que esse afastamento não esta relacionado ao seu parceiro, mas sim, que é uma necessidade sua!
• Os melhores parceiros são os do grupo seguro, pois eles tendem a equilibrar a balança no relacionamento. Se você é ansioso, ele lhe dará a atenção e o carinho que você necessita; se você é evitante, ele entenderá que suas ações não são voltadas para atingi-lo e que você esta apenas tentando se defender. Com isso, ele provavelmente terá mais paciência com seus ataques e contradições.
• Apesar do livro focar na interação entre casais, essas medidas podem ser aplicadas a todas as pessoas que fazem parte do seu círculo de intimidade (amigos e parentes), bastando você identificar a qual grupo o indivíduo pertence.