Entrevista com Amadeu Ribeiro

Em seus romances, é informado já na capa, que você teve a ajuda de um espírito para a produção de suas obras. Essa é uma curiosidade minha e de nossos leitores: como funciona a produção de um livro cuja a temática é o espiritismo? Você psicografa os livros como Chico Xavier, ou essa visão que nós temos esta completamente errada? 

Todos os meus livros foram escritos através de inspiração espiritual, porém, o espírito que me auxiliou na produção das obras preferiu não revelar seu nome, o que não interfere no desenvolvimento da história. Existem várias maneiras de se escrever um livro, que pode ou não ser psicografado, como aconteceu com as obras do Chico e de vários outros autores. No meu caso, a história chega para mim em trechos, e eu vou delineando a trama pouco a pouco, sem me preocupar com nomes de personagens. O importante é transmitir, através da história, valores positivos sobre a vida e sobre a espiritualidade. 

Em seu primeiro romance - O Amor Nunca Diz Adeus - você aborda as questões da espiritualidade, tratando mais da questão de diferenças sociais. Já em A visita da Verdade, temos temas muito mais polêmicos, como a homossexualidade e o relacionamento entre casais com idades muito diferentes. Eu nunca tinha lido nenhum livro espírita que falasse sobre essas questões. Foi por isso que você decidiu aborda-las? 

Na realidade, não sou eu quem escolhe os temas para cada história. Eles vão surgindo para mim conforme o andamento do livro. Acredito serem assuntos que precisam vir a público, para que as pessoas aprendam a lidar com diferentes situações, quebrando tabus e preconceitos, modificando a forma de pensar e agir, promovendo uma verdadeira renovação interior. Creio que este seja um dos principais objetivos dos romances espiritualistas. 

Algumas pessoas, como eu por exemplo, leem seus livros, mas não seguem as práticas do espiritismo. Somos curiosas...Você acredita, que mesmo essas pessoas podem absorver os ensinamentos e coloca-los em prática de alguma forma?  

Com certeza. Um livro espiritualista não tem como público-alvo somente aqueles que creem em reencarnação e vida após a morte, ou que se consideram espíritas, mas sim quaisquer pessoas que desejam aprender mais sobre os verdadeiros valores da vida, uma vez que foca temas essenciais para qualquer pessoa, como a importância do amor, do perdão e da alegria, pontos fundamentais para eliminar mágoas e ódios, o que independe de crença ou religião. Eu já recebi e-mails de leitores católicos, evangélicos e até mesmo ateus, e que leram e gostaram dos meus livros, independentemente daquilo em que eles acreditam. O importante é que o leitor sinta-se bem ao término de um romance com esta temática. 

Você já pensou em produzir um romance sem estar ligado ao espiritismo?

Até hoje, todos os romances que escrevi são espiritualistas, independente dos temas abordados em cada história.

Quando você percebeu que tinha o dom para escrever sobre esses assuntos? 

Eu sempre gostei de ler e de escrever, mas acreditava que produzir um romance era uma habilidade que eu não tinha.  Mais tarde, inspirado pelo astral, fui digitando no computador nomes, cenas e situações, conforme vinham à minha mente, percebendo depois que um livro espiritualista estava sendo construído. 

Você sofreu algum tipo de retaliação por tornar-se um escritor espírita ao invés de escrever obras mais "convencionais"?

Não, ao contrário, fui muito bem aceito e incentivado por amigos e por leitores. Acredito que muitos, hoje em dia, busquem algo mais do que o “convencional”. É por isso que a literatura espiritualista vem conquistando um espaço tão grande entre os leitores brasileiros. 

Você já esta trabalhando em um novo projeto? Conte pra gente!

O meu próximo livro vai abordar a história de uma mãe solteira, além de temas como esterilidade e apego. 

Se você tivesse que recomendar um livro (os seus não valem!) que todo mundo deveria ler antes de morrer, qual seria e por quê? 

Eu recomendaria todos os livros do Sidney Sheldon, da Mônica de Castro e do Marcelo Cezar. Os do Sidney, porque sempre o admirei como autor. Já li e reli vários dos seus livros. Os da Mônica e os do Marcelo, pelo fato de eles serem uns dos maiores autores espiritualistas da contemporaneidade, com histórias belíssimas, repletas de ensinamentos para colocarmos em prática. 

O blog abre espaço para que você mande um recado para seus leitores. Fique à vontade!

Nunca deixe de confiar na vida e na forma como ela trabalha para nos favorecer. Aceite-se como o ser iluminado que é, detentor de um grande poder de transformação. Ame, perdoe, sorria mais e encare seus desafios de cabeça erguida. Agradeço pelo carinho e atenção de todos e, aproveitando a oportunidade, convido-os a me acompanharem através de minha página no Facebook (www.facebook.com/EscritorAmadeuRibeiro), onde publico mensagens voltadas para a reflexão interior, além de promover sorteios de livros autografados e outras promoções.

Entrevistado por: Natália Eiras