Editora: Ediouro
ISBN: 9788500014734
Ano: 2005
Páginas: 422
Classificação:
O autor cujo talento para organizar antologias é indiscutível (suas coletâneas com as melhores histórias eróticas, de humor e de crimes e mistérios fizeram enorme sucesso) reúne, pela primeira vez, os melhores contos populares do mundo. São histórias contadas e compartilhadas por povos que andavam soltos pelos desertos, cavernas, mercados antigos, nas encruzilhadas de viajantes e bandidos, aventureiros e comerciantes.
Tá bom... Eu vou admitir uma coisa que não é muito legal... eu roubei esse livro da minha prima de 12 anos! Mas eu posso explicar...
Estava eu na casa da minha prima, quando me deparei com esse livro. Ela ganhou o livro na escola (tanto que o meu exemplar vem com o símbolo da prefeitura do Rio impressa na capa), e quando eu comecei a folhear as páginas... eu descobri um tesouro!
O livro é uma coletânea de contos dos mais diversos lugares do mundo, logo, ele tem contos da Turquia; do Egito; da Dinamarca; da China; e por aí vai. Ou seja, uma preciosidade de cultura internacional! Tem conto até do Afeganistão!! Vocês conhecem algum conto de lá?! Pois é... eu agora conheço!!!
Com certeza entrou para o hall dos meus livros favoritos, e eu super aconselho vocês a darem uma vasculhada na estante dos seus primos... vocês não imaginam o que podem encontrar por lá.
Ah! E eu preciso parabenizar a Prefeitura do Rio por distribuir esses exemplares. Acho que as crianças nem se deram conta do que tinham em mãos, mas com certeza teve muito pai/ mãe que ficou lendo o livro dos filhos, assim como eu fiz com a minha prima....
=P
Pra deixar vocês com a pulga atrás da orelha sobre os contos, aqui vai um aperitivo...
A
Cabana das Luzes (Afeganistão)
Era uma vez um judeu que saiu pelo mundo em busca de justiça.Viu
como as pessoas se tratavam mal umas às outras, e como eram cruéis com os
animais. Com certeza, pensou, o mundo todo não era assim tão inóspito. Em algum
lugar, tinha certeza, devia existir a verdadeira justiça, mas ele nunca a havia
encontrado. Então, partiu para uma busca que consumiu a maior parte de seus
anos. Foi de cidade em cidade e de vila em vila procurando justiça. Mas jamais
a encontrou.
Desta maneira, muitos anos se passaram até que o homem tivesse explorado
todo o mundo conhecido, com exceção de uma última floresta muito grande. Entrou
nessa floresta escura sem hesitação, pois a essa altura já não tinha medo de
nada. Entrou em cavernas de ladrões, mas eles riram dele e disseram:"Você
espera encontrar justiça aqui?" E entrou em cabanas de feiticeiras,
mas elas riram e disseram:"Você espera encontrar justiça aqui?"
Então, aconteceu que o homem perdeu a noção do tempo em suas andanças. Ao entardecer da véspera de Yom Kippur, o
Dia do Perdão, ele chegou a uma cabaninha de taipa que parecia estar a ponto de
desmoronar. Pela janela viu muitas chamas tremeluzindo, e se perguntou por que
elas estariam queimando. Bateu a porta, mas não ouve resposta. Enquanto
esperava, reparou que toda a floresta tinha ficado silenciosa. Nem um
único pássaro estava cantando. Bateu a porta novamente. Nada. Finalmente,
empurrou a porta e entrou.
Assim que entrou na cabana, o homem percebeu que ela era muito
maior por dentro do que aparentava por fora. Viu que ela estava cheia de
centenas de prateleiras, e em cada prateleira havia dezenas de lamparinas de
óleo. Algumas dessas lamparinas estavam em suportes preciosos de ouro ou prata
ou mármore, e algumas estavam em suportes baratos, de barro ou latão. Algumas pareciam
cheias de óleo, e as chamas ardiam com fulgor. Mas em outras só havia um
restinho de óleo, e parecia que estavam quase se apagando.
De repente um homem idoso apareceu à sua frente. Tinha uma barba branca
e comprida, e estava usando um manto branco.
-Shalow aleichem, a paz esteja contigo, meu filho - disse o velho. -O
que posso ajudá-lo?
O homem que procurava justiça respondeu:
-Aleichem shalow, contigo esteja a paz. Fui a todo lugar procurando
justiça, mas nunca havia visto uma coisa assim. Diga-me, o que são todas as
luzes?
-Cada uma destas lâmpadas é a luz da lama de uma pessoa - disse o velho.
-Enquanto essa pessoa estiver viva, a lamparina continua a arder, mas quando a
alma da pessoa abandona este mundo, a lâmpada se apaga.
-O Sr. pode me mostrar a lâmpada da minha alma? -perguntou o homem que
procurava justiça.
-Venha comigo - disse o velho, e abriu caminho pelos labirintos daquela
cabana que parecia não ter fim.
Finalmente chegaram a uma prateleira baixa, e ali o velho apontou
para uma lamparina num suporte de barro. O pavio daquela lamparina estava muito
curto, e sobrava muito pouco óleo. O velho disse:
-Essa é a lâmpada da sua alma.
Ora, o homem olhou para aquela lâmpada bruxuleante, e um grande
medo o invadiu. Era possível que o fim estivesse tão perto sem que ele
soubesse? Então por acaso ele reparou na lamparina que estava ao lado da sua.
Estava cheia de óleo, seu pavio era longo e bem reto, e sua chama ardia com
forte luz.
-E de quem é esta lâmpada? -perguntou
-Só posso revelar a lâmpada de cada um para a própria pessoa - disse o
velho, e virou-se e saiu.
O homem ficou ali, encarando sua lâmpada, que parecia estar quase
se apagando. De repente, ouviu um estalo, e quando olhou para cima, viu uma
fumacinha subindo de outra prateleira e soube que, em algum lugar, alguém não
estava mais entre os vivos. Voltou o olhar para sua própria lâmpada e viu que
sobravam apenas umas poucas gotas de óleo. Então, virou-se para a lamparina ao
lado da sua, tão cheia de óleo. E um pensamento terrível veio á sua mente.
Afastou-se e procurou encontrar o velho, mas não o viu em lugar
algum.
Então, ergueu aquela lamparina com óleo, pronto para derramá-lo na sua.
Mas, de repente, o velho apareceu vindo do nada, e agarrou o braço dele com um
aperto de ferro. E o velho disse:
-É essa a espécie de justiça que você está procurando?
O homem fechou os olhos. E quando abriu os olhos, viu que o velho
não estava mais ali, e a cabana e todas as lamparinas tinham desaparecido.
Encontrou-se sozinho, em pé na floresta, e ouviu as árvores comentando baixinho
o seu destino. Perguntou a si mesmo, será que sua lamparina tinha apagado?Teria
ele também deixado o mundo dos vivos?
hasuhasuua roubando livros das priminhas? Isso não é legal, hein.
ResponderExcluirMas com um enredo desses até eu fiquei curiosa e tentada a fazer o mesmo, haha.
Não sou grande fã de contos, mas ter um pedaço da cultura de cada país nas páginas de um único livro deve ser mesmo mágico.
Achei bacana também essa iniciativa da prefeitura de semear cultura nas crianças.
Eu sei Rita...eu sou uma pessoa horrível...roubando a cultura das minhas primas...mas eu vou fazer o quê? Sou viciada!!! Você não mostra uma garrafa de pinga pro alcoolatra, certo? Então, também não podem mostrar livros sensacionais como esse pra uma viciada em livros!!! Hahahahaha
ExcluirSou apaixonada por contos, e realmente não conhecia esse livro, sério, na minha escola eles não distribuem livros assim T-T
ResponderExcluirAmei esse conto, os outros tmb devem ser bons assim ú.ú
Danadinha você Natalia :)
ResponderExcluirMas eu faria a mesma coisa, se acontecesse comigo.
Bem interessante as curiosas histórias!
Oi, Natalia
ResponderExcluirGostei muito da sua resenha. É bom saber que as crianças estão aprendendo um pouco sobre a cultura de outros países. Adorei o conto do Afeganistão.
Parabéns mesmo a prefeitura, ações assim tem que ser ampliadas e copiadas. Só não podemos copiar sua né Natália... kkkk
ResponderExcluirBjs, Rose
Hahaha roubando livro da priminha, bom eu já fiz isso também :)
ResponderExcluirAchei legal a iniciativa da prefeitura. E achei fantástico o livro, gosto de contos e gostei também de mostrar um pouquinho da cultura de outros países.
Vou ver se aqui em São Paulo deram esse...eu trabalho na educação e tem diversos livros bons que dão para os alunos e, modéstia a parte, a escola em que trabalho tem uma excelente biblioteca (inclusive já me deram dinheiro pra comprar livros e eu comprei um monte)...bem bacana ver diversos contos reunidos, desperta o interesse de conhecer o mundo e suas diversas culturas.
ResponderExcluirVou pesquisar aqui se acho esse..
Não acredito que você roubou livro da sua prima hahaha
ResponderExcluirEu não conhecia esse livro, mas parece ser muito bom por ser de vários lugares, deve dar pra conhecer a cultura de cada lugar...
Nunca tinha lido nenhum conto desses lugares que você falou (agora já li do Afeganistão), já fiquei mega curiosa.
Achei muito legal a prefeitura distribuir exemplares desses livros!
ameeei o livro. Não é um livro na qual espero gostar geralmente, mas gostei desse. É lindo *-*
ResponderExcluiracho que vou ler >< haha
bj, dréa
Que bacana, não conhecia esse livro mas parece ser bem interessante! Realmente, em algumas escolas são distribuídos livros ótimos e este me deixou curiosa para conhecer os contos. :)
ResponderExcluirbeijos
Mas gente, como assim você roubou o livro da sua prima? Não creio. HAHA
ResponderExcluirMas nem posso falar muita coisa, uma vez fiquei com o livro da biblioteca da minha escola e esqueci de entregar. O problema foi que mudei de cidade e carreguei o livro. Kkkkkkk Ele está comigo até hoje, é um de contos infantis. Eu tinha 6 anos. HAHA
Enfim, vou procurar o livro que você roubou nas bibliotecas e comprar. Achei um máximo. Muito bom. ^^
Beijos
Eu li exatamente esse conto A Cabana das Luzes (Afeganistão) quando eu era criança e nunca saiu da minha mente. Sempre procurei esse livro mas não lembrava do nome e hoje por acaso pesquisando na internet o encontrei em seu blog. Muito Obrigado por compartilhar!
ResponderExcluir