O Oceano no Fim do Caminho por Neil Gaiman

Autor: Neil Gaiman
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580573688
Ano: 2013
Páginas: 208
Classificação: 

Foi há quarenta anos, agora ele lembra muito bem. Quando os tempos ficaram difíceis e os pais decidiram que o quarto do alto da escada, que antes era dele, passaria a receber hóspedes. Ele só tinha sete anos. Um dos inquilinos foi o minerador de opala. O homem que certa noite roubou o carro da família e, ali dentro, parado num caminho deserto, cometeu suicídio. O homem cujo ato desesperado despertou forças que jamais deveriam ter sido perturbadas. Forças que não são deste mundo. Um horror primordial, sem controle, que foi libertado e passou a tomar os sonhos e a realidade das pessoas, inclusive os do menino. Ele sabia que os adultos não conseguiriam — e não deveriam — compreender os eventos que se desdobravam tão perto de casa. Sua família, ingenuamente envolvida e usada na batalha, estava em perigo, e somente o menino era capaz de perceber isso. A responsabilidade inescapável de defender seus entes queridos fez com que ele recorresse à única salvação possível: as três mulheres que moravam no fim do caminho. O lugar onde ele viu seu primeiro oceano.

Esse é o segundo livro que leio de Neil Gaiman.
Comecei a me interessar pela obra de Neil depois que vi uma reportagem na Superinteressante sobre os 10 autores nerds que todo mundo deveria conhecer. E eu sou nerd de carteirinha, então...
Pois bem... o primeiro livro que li dele foi Os Filhos de Anansi, e eu não gostei. Não conseguia ver uma lógica na narrativa dele, e olha que depois de ler O Guia dos Mochileiros da Galáxia, de Douglas Adams, eu achava que conseguiria ver lógica em qualquer história...

Só que eu sou teimosa. Eu não abandono uma leitura. NUNCA! E também não formo uma opinião sobre um autor apenas com um livro. Eu SEMPRE tento ler pelo menos dois livros do autor que eu não gostei.
Fiz isso com Machado de Assis (odiei "Memórias Póstumas de Brás Cubas" e amei "Dom Casmurro" e "O Alienista"), com Paulo Coelho (odiei "O Alquimista", mas curti "Brida") e com Luis Fernando Verríssimo (amei "As Mentiras que os Homens Contam" e odiei todos os outros 3 livros que li dele).
Portanto, com Neil não seria diferente...

Eis que caiu no meu colo esse livro.
Comecei a ler sem muitas expectativas, mas conforme a história foi se desenvolvendo e eu consegui me envolver com os personagens, comecei a curtir a narrativa no estilo literatura fantástica, que é a marca registrada de Neil.

Tudo começa quando a família de George, de 7 anos, começa a passar dificuldades financeiras, e com isso, passam a alugar um quarto da casa onde vivem. O quarto é alugado para um minerador de opala, que mais tarde é encontrado morto dentro do carro da família no fim da estrada.
No fim dessa estrada vive Lettie, uma menina muito sabida, com a mãe dela e a avó.
Lettie convida George para ficar na casa dela enquanto os policiais e o pai de George decidem o que fazer com o cadáver, e ele logo se aproxima da menina. Afinal, ele não esta acostumado a ter amigos.

Lettie e a família dela contam a George que a "coisa" que matou o minerador precisa ser enviada de volta ao lugar dela, e cabe a Lettie despacha-la para lá. George então, acompanha Lettie nessa missão, prometendo que não irá se afastar dela e não haverá problemas.

Porém, quando eles encontram a "coisa", George involuntariamente agarra um objeto que é arremassado contra eles e sente uma picada no pé no mesmo momento.
A princípio isso não seria motivo para preocupação. Nada mais que uma farpa, com certeza...
Só que quando George volta pra casa, ele arranca um bicho do buraquinho que foi feito no seu pé, e no dia seguinte, esse "bichinho" aparece na casa dele na forma de uma mulher muito atraente que acaba envolvendo toda a família de George em uma rede de mentiras e usando a família dele para conseguir o que ela quer.

A única maneira de George derrotar essa mulher é com a ajuda de Lettie e seu estranho mundo de mágica e seres que não conhecemos, mas que sempre estiveram aqui.

A princípio, pode parecer ser uma fábula infantil, mas ela esta muito longe disso. Apesar do personagem principal ter 7 anos, a história é bem complexa e tem o objetivo de trazer o leitor para o lado da nostalgia. Isso acontece porque no início da narrativa temos George já adulto, e ele começa a história ao sentar para admirar O Oceano de Lettie, e começa a se lembrar de tudo que aconteceu com eles.

Eu gostei bastante dessa história. Nesse livro eu consegui ver uma lógica e torcer pelos personagens. Eles são muito bem construídos e a história é cativante e envolvente. Sem contar a capa que é linda!
Se não é a obra prima desse autor, eu acredito que chega bem perto disso...
Definitivamente, Neil Gaiman se redimiu comigo. Agora vou procurar outro livro dele para tomar uma posição sobre se eu realmente gosto, ou não dele.
Boa leitura!