6 de junho de 2014

Os Três por Sarah Lotz

Autora: Sarah Lotz
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580412697
Ano: 2014
Páginas: 400
Classificação: 
Quinta-Feira Negra. O dia que nunca será esquecido. O dia em que quatro aviões caem, quase no mesmo instante, em quatro pontos diferentes do mundo. Há apenas quatro sobreviventes. Três são crianças. Elas emergem dos destroços aparentemente ilesas, mas sofreram uma transformação. A quarta pessoa é Pamela May Donald, que só vive tempo suficiente para deixar um alerta em seu celular: Eles estão aqui. O menino. O menino, vigiem o menino, vigiem as pessoas mortas, ah, meu Deus, elas são tantas... Estão vindo me pegar agora. Vamos todos embora logo. Todos nós. Pastor Len, avise a eles que o menino, não é para ele... Essa mensagem irá mudar completamente o mundo. 

Tudo começa com 4 desastres aéreos, que ocorrem quase ao mesmo tempo, em diferentes partes do planeta.
O primeiro ocorre próximo ao Monte Fuji, no Japão; o segundo próximo a Califórnia; o terceiro cai em uma "favela" na África do Sul; e o quarto próximo a costa de Portugal.
Logo no primeiro capítulo do livro, temos a narração de Pamela May Donald, a única americana que estava no voo que caiu no Japão. Os relatos dela, de como acontece o acidente, ou melhor, de como ela como passageira vê o acidente são de tirar o fôlego. Parece que você esta sofrendo o acidente junto com ela!
A melhor palavra que eu encontro para descrever o início deste livro é SINISTRO!


Porém, Pamela não morre na queda como os outros passageiros. Ela ainda acorda em meio aos destroços, muito ferida obviamente, e vê uma criança, mais precisamente um menino, perambulando em volta dos destroços do avião e dos cadáveres. Só que o menino não é a única coisa que ela vê...
E suas últimas palavras, gravadas em um celular, são enigmáticas...


Com um início como esse, você pensa: "Caracaaaaaa! Esse livro vai ser sensacional!!!"
Só que não.
Depois da narração de Pamela, o livro passa a uma narração bem criativa e original, utilizando entrevistas de pessoas que estiveram ligadas direta ou indiretamente ao desastre para elucidar o fato.
Por exemplo: o socorrista que foi o primeiro a chegar no local da queda do avião da África; a avó do menino que sobreviveu ao desastre da Califórnia; o tio da menina que sobrevive no desastre de Portugal; a prima, e o amigo virtual dela, do menino japonês que sobreviveu ao voo onde estava Pamela, e por aí vai...

E aí fica a pergunta: Como, o transporte considerado o mais seguro do planeta, consegue ter quatro acidentes no mesmo dia e quase ao mesmo tempo? E ainda por cima, como três crianças conseguiram sobreviver a isso?
Essas perguntas, meus queridos, são o X da questão.

E assim como nós ficamos maquinando em nossos cérebros uma resposta plausível para isso (sem encontrar), os fanáticos religiosos e os ufólogos também ficam. A diferença é que eles conseguem formular uma resposta e logo um culto as crianças se incia.
De um lado do ringue nós temos os ufólogos que acreditam que as crianças são seres do espaço e seus corpos foram tomados por alienígenas; do outro lado do ringue temos os fanáticos religiosos que afirmam que as crianças são na verdade os quatro cavaleiros do Apocalipse (quatro? Não eram só três crianças?) e no centro do ringue nós temos as famílias dos sobreviventes.
A confusão esta armada.

E acreditem... Quando o ser humano não consegue arrumar uma explicação para alguma coisa, ele sempre se volta para o sobrenatural.
Um exemplo: Antigamente, as pessoas não sabiam explicar por que chovia. Quem arrumou a primeira explicação foi a igreja, afirmando que era Deus quem enviava a chuva. Enquanto a ciência não explicava que se tratava de um fenômeno comum na natureza, as pessoas se conformavam com a explicação da Igreja e assim se sentiam mais "seguras". O ser humano tem uma necessidade natural de compreender as coisas para se sentir seguro.
Se ele não entende, o pânico pode tomar conta dele.
Agora me digam uma coisa... Tem como isso terminar numa boa?

Como eu disse anteriormente, o livro é narrado através de relatos e entrevistas.
Eu achei bem original essa forma de contar a história, porque, pelo menos eu, nunca tinha visto um livro de ficção assim. Você vê biografias baseadas em relatos; ficção é a primeira vez.
Mas por que a autora decidiu fazer assim? Existe uma explicação!
Elspeth é uma autora que fica encarregada de escrever um livro sobre a Quinta-feira Negra, e esses relatos são as entrevistas que ela fez para escrever o tal livro. Então, a autora coloca os relatos para dar mais credibilidade ao livro que Elspeth escreveu. E Elspeth irá aparecer realmente no final do livro para contar como foi a repercussão do livro dela, então, esses relatos fazem com que você crie uma opinião sobre o livro que ela escreveu também.

Só que essa forma de narrar tem dois lados muito ruins...
Como a narrativa é toda construída em cima desses relatos, você não tem imparcialidade. Você lê o que as pessoas achavam das crianças; do que causou os desastres; do que acontece depois, que eu já adianto é bem chocante; ou seja, você não tem aquela narração como uma terceira pessoa, onde você tem o fato como realmente aconteceu. Isso faz com que o suspense prossiga até o fim do livro? Sim! Mas também faz com que você não saiba o que é realmente verdade, e o que é apenas uma impressão ou pura especulação.

O segundo ponto negativo, é que depois de ler tantos relatos, e perceber que você não vai chegando a conclusão nenhuma com eles, a leitura fica chata. Eu pensei várias vezes em abandonar a leitura, mas como já disse diversas vezes aqui no blog, eu sou muito teimosa. E só por causa dessa teimosia que eu terminei esse livro.



Bem... Eu confesso que ainda não consegui digerir completamente esta história... Só sei que eu esperava bem mais deste livro.
A história é boa! Tinha muito potencial, mas a forma como foi contada fez com que eu ficasse louca pra terminar o livro, mas não porque queria chegar ao final e descobrir o mistério, mas sim por que a leitura não avançava...

Conforme informamos aqui no blog no mês passado, os direitos dessa publicação foram vendidos para serem adaptados para uma série de tv. Se eles não forem seguir esse formato de narrativa em forma de entrevistas, eu realmente acredito que a série vá ficar melhor do que o livro. Justamente porque poderá explorar todo o potencial que tem a história e deixar as coisas mais movimentadas e com mais clima de suspense/ terror psicológico.

PS: Sites americanos afirmam que a autora estaria em fase de produção para uma sequência: Day Four.
Vamos esperar e ver o que virá nessa sequência...


17 comentários

  1. Nossa, desde que vi a divulgação desse livro e li a sinopse, fiquei muito interessada pra ler. Tinha achado até interessante a forma diferente como ele havia sido escrito, mas não sabia que isso poderia ter tornado a leitura um pouco confusa assim> Mas de qualquer forma, eu gostaria muito de ler o livro.

    Bjok

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  2. Vi algumas resenhas desse livro e não fiquei curiosa pra lê-lo, por um motivo que você colocou como chato: a narração!!!! Acho que deve se tornar cansativo essa coisa de ficar mostrando o que os outros acham! Parece que a autora quis mostrar que nem tudo que acontece que é sinistro faz parte do sobrenatural, mas pelo jeito ela meio que fracassou! Sei não, mas acho que esse livro não é bacana!

    Beijos!

    Meu Diário

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  3. Oi
    Estava curiosa para ler esse livro, mas depois da sua resenha, fiquei receosa. Não sabia que a narrativa era feita através de entrevistas. Não dá para negar que é original. mas não sei se me adaptaria a esse tipo de narração.

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  4. Oi Natália, estou na metade do livro, então não li sua resenha em detalhes.
    Bjs, Rose

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  5. Oi,

    terminei esse livro há algum dias e acabei não gostando. O final, pelo menos para mim, foi muito sem noção e estragou a história. A narrativa em forma de relatos foi legal no início, mas lá para o meio do livro se tornou um saco, pois, como você falou, não temos imparcialidade e cada pessoa que relata se perde muito nos detalhes da própria vida e a história dos Três propriamente dita fica um pouco em segundo plano.

    Bjs

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  6. Como a Monica, estava curiosa e interessada no livro, mas a vontade caiu bastante agora...
    Já não gosto muito de sair da minha zona de conforto, ai já viu né?

    Ana P. Maia ♛ Queen Reader - Venha conhecer o Castelo!
    http://booksandcrowns.blogspot.com.br/

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  7. Esse livro teve uma super divulgação por parte da editora, achei linda a diagramação e o formato do livro com bordas pretas! Achei que teve muito muito tom de suspense bem legal. Estou ansiosa para ler!

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  8. Eu estava louca para ler o livro, cheguei a pegar na mão na Livraria, mas achei caro, estava quarenta Dilmas, decidi esperar baixar o preço. Mas, depois da sua resenha, fiquei desanimada. Eu realmente estou louca pra saber o que as crianças tem com o desastre, se é que tem, eu preciso saber o desfecho da história, vou acabar comprando só para saber disso, mas ja vou crente que a leitura é chata.

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  9. Pensei que o livro fosse o máximo. Mas agora que li a resenha e sei um pouco mais sobre a história não pretendo lê-lo.

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  10. Confesso que imaginei um thriller quando li a sinopse e me desapontei muito com a sua resenha , quer dizer, com o que você achou do livro , não sei porque mas a história do livro não me convenceu .

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  11. Natália!
    Tenho lido várias resenhas desse livro e causa dualidade nas pessoas.
    Algumas gostaram muito, outras nem tanto.
    Fato é que gosto de livros que deixam o final aberto para que possamos imaginar o que realmente aconteceu.
    cheirinhos
    Rudy

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  12. Não gostei da premissa e nem da capa e como o meu tempo de leitura está um pouco curto, estou priorizando livros que eu tenho (quase) certeza de que irei gostar e esperar para entender e digerir a história.
    Beijocas ^^

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  13. Desde que vi esse livro qui lê-lo, e finalmente uma resenha, mas não foi o que eu esperava, não gosto desse tipo de narração, então não sei se vou curti o livro.

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  14. Eu estou doida por esse livro, desde que soube do seu lançamento. A capa sinistra, a sinopse instigante... tinha tudo pra ser um grande livro. Fiquei um pouco decepcionada com ele depois de ler a resenha. Confesso que esperava mais... Ainda quero ler, porém sem grandes expectativas.

    Beijos!!

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  15. Esse livro tá nos meus desejados desde que divulgaram seu lançamento...mas com sua resenha meio que me desempolguei um pouco. Enfim, o livro vai ter continuação também...não é algo que eu queira ler no momento.

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  16. Quero muito ler esta livro. Já estava nos meus planos, mais agora estou ansiosa pra saber como vai terminar. Seus comentários me deixaram afoita pra ler e conferir. Beijos.

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  17. Eu to com muita vontade de ler esse livro, e você pode achar estranho Natalia, mas o que te desmotivou foi o que me deixou com ainda mais vontade de ler. Esse disse me disse e nao sei o que realmente aconteceu me fascina em livros se o autor souber fazer...

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