Apenas os Inocentes por Rachel Abbott

Autora: Rachel Abbott
Editora: Record 
ISBN: 9788501402202
Ano: 2014
Páginas: 378
Classificação: 

AS MULHERES NÃO MATAM A SANGUE-FRIO. A NÃO SER QUE TENHAM UM MOTIVO PARA FAZÊ-LO. Hugo Fletcher parece ser o homem perfeito. Bonito, rico, uma reputação impecável não é à toa que a mídia o adora. O fato de ser encontrado morto, nu e amarrado a uma cama em seu apartamento em Londres não combina com a imagem que todos têm dele. Para o inspetor-chefe Tom Douglas, uma coisa é clara: cada aspecto da cena do crime o leva a desconfiar de que o culpado é uma mulher. Na busca pelo assassino, Tom descobre os detalhes mais hediondos e chocantes da vida pessoal da vítima longe dos holofotes. Quando a investigação chega a um ponto crucial, ele começa a perceber que o caso se trata de algo muito maior do que um simples assassinato. E isso o deixa em um terrível dilema: quando se trata de homens como Hugo Fletcher, os culpados devem ser punidos? Ou os inocentes devem ser protegidos?

Começo dizendo que o livro tem uma bela sinopse né? Só ela já envolve o leitor e o deixa intrigado. Pelo menos, comigo bastou isso para ele entrar na minha lista de desejados. Estava com uma boa expectativa, e devo dizer que mesmo com algumas "falhas", o livro funciona bem e quase enlouquece seu leitor, rs. 

Como a própria sinopse diz, o livro nos conta a história do assassinato de um homem inglês, que tinha um trabalho público importante e era admirado por muitos. 

Sem titubear o livro já começa com a cena de morte de Hugo Fletcher (algo que achei inteligente, pois já consegue se conectar com o leitor nas primeiras páginas). Mas não pense que a morte de Hugo, o retira da história completamente. Durante o livro temos a oportunidade de conhecê-lo cada vez mais, através de relatos de sua "atual" mulher, Laura Fletcher, seja para polícia, ou em cartas que a mulher escreveu durante seus longos anos de casamento com Hugo. 

Então vamos lá... O livro tem a faca e o queijo na mão para ser excelente, mas infelizmente, a narração fica meio cansativa e vai perdendo o ritmo acelerado do início. 
Após o corpo de Hugo ser encontrado pela empregada, o detetive Tom logo é indicado para o caso e seguimos ele passo-a-passo para encaixar todas as peças desse quebra-cabeça. Só que aí está o que me incomodou um pouco no livro, ficamos pelo menos umas 250 páginas sem a polícia fazer quase nenhum avanço na investigação. A primeira metade do livro é muito focado no estranho casamento que Hugo vivia com Laura, e na indiferença que ela aparenta sentir com a morte do marido. Só que as primeiras cartas que vamos lendo de Laura, não tem nada de  interessante, e consegue fazer o leitor se cansar facilmente da história de como eles se conheceram e se apaixonaram, detalhando cada acontecimento de todo início do romance do casal principal. 

Não quero dar muito spoiler, mas Laura me irritou seriamente com essas cartas, pois ela relata também alguns detalhes da vida sexual do casal e toda sua frustração em cima do que acontece (não vou revelar o que); apenas direi que ela se propõe ao papel de uma mulher submissa, e que mesmo não aceitando ou gostando do que seu marido fazia, Laura continuava fazendo esse papel para manter o casamento. O que torna tudo tão irritante é que ela se vê errada em tudo, e põe sempre seu marido como certo (mesmo ele fazendo coisas ABSURDAS).

O livro consegue envolver mais personagens na trama, como Imogem (amiga de infância de Laura e ex-mulher de seu irmão), onde as duas amigas juntas demonstram ter muitos segredos escondidos, e Tom (o detetive) que não deixa essa informação passar despercebida, sempre ficando de olho bem aberto nas duas. 
Ficou claro que Rachel Abbott queria confundir a cabeça de seu leitor, soltando poucas pistas no início, e deixando a lista de suspeitos com poucos nomes, nos chocando com o lado doentio de Hugo Fletcher. 

Passando da metade das páginas totais, conseguimos novamente nos conectar a narrativa e aproveitar uma boa investigação policial. O círculo começa a se fechar; informações começam a aparecer; e tudo melhora drasticamente. O ritmo acelera e finalmente aguça nossa curiosidade novamente. Uma coisa que achei muito legal no livro, foi o quão real os personagens parecem ser, nada de ser humano perfeito imaculado, e sim pessoas com defeitos e que cometem erros.

Final surpreendente? Talvez, confesso que não tava 100% convencido de que sabia o que ia acontecer,  mas foi uma das possibilidades que cogitei durante a leitura. Talvez eu tenha a mente treinada que nem a Natália, de tanto lermos livros desse gênero, rs. 

A perda de uma estrela se justifica bem ao que citei acima. Mas no fim de tudo é sim um bom livro, e só um conselho, você não vai se cansar de se chocar com Hugo Fletcher; quando você pensa que já sabe todo o podre dele, vem outras coisas e piora tudo. Então se preparem para serem enganados, chocados e divirtam-se. Vale a pena chegar ao final dessa leitura.