Sementes no Gelo por André Vianco

Autor: André Vianco
Editora: Novo Século 
ISBN: 9788588916098
Ano: 2002
Páginas: 174
Classificação: 

O leitor irá ingressar no território dos espíritos atormentados, impedidos de reencarnar. Muitos se enraivecem e lançam sua fúria sobre todos que lhe chamam atenção ou cruzam seu caminho. Um detetive, por acaso, desvenda os mistérios em torno desses espíritos, tornando-se o inimigo número um das perigosas e assustadoras entidades.

Eu comprei esse livro por puro marketing da editora. O stand dela na Bienal estava com trezentos e cinquenta milhões de  livro do André Vianco. Eu nunca tinha ouvido falar nesse autor, e lá descobri que ele é um dos grandes nomes do terror nacional, e como vocês sabem que tenho um ponto fraco com terror, tive que comprar!

Claro que eu não estava esperando ler um estilo Stephen King, mas eu estava com boas expectativas, afinal todos os vendedores elogiaram bastante o autor. (Ok, eles são vendedores, mas confiei em suas palavras). E vamos dizer que de certa forma eu me decepcionei. 

Uma coisa que me incomoda muito em livros nacionais são os nomes escolhidos para os personagens; Sério, os dois principais dessa narrativa se chamam Tânio e Lizete. Assim... Nada contra os dois nomes, mas porque não usar uns nomes mais comuns né? 

O livro consegue desde o início prender o interesse de seu leitor, acompanhamos nas primeiras páginas a estória de um pedófilo que está preso, e é morto dentro de sua cela. O grande X da questão é que o guarda que estava de plantão no horário, viu crianças entrando pela delegacia, e passando por portões trancados até chegarem na cela do tal criminoso, que após muitos gritos é encontrado morto, sem nenhuma criança por perto. E como explicar isso? Será possível que fosse ataque de fantasmas? Qual outra explicação teria o caso? É dessa forma que o livro é apresentado ao seu leitor, devo dizer que até tal ponto não tive do que reclamar. 

Após o caso do pedófilo, André Vianco narra a vida de seu personagem principal nesse livro, a de Tânio, que é um detetive particular, que paga suas contas resolvendo casos e mais casos. E o caso que aparece para Tânio resolver, é o de sua ex-paixão: Lizete. A mulher reclama de ouvir crianças gritando, conversando, brincando dentro de sua casa, e o pior de tudo é que ela jura que uma delas a chamou de mamãe. 

Paralelamente a história de Tânio, o livro mostra outros casos acontecendo na mesma cidade, e todos eles tem uma coisa em comum: crianças sempre são citadas em todos os casos. 

O livro é bem fininho, o que acho que pode ter atrapalhado o desenvolver da trama e acelerou demais os acontecimentos. Logo numa das primeiras pistas do que pode estar acontecendo, o leitor já mata fácil o X da questão. Ficando apenas na expectativa de como Tânio fará para resolver o problema, afinal a cidade estava sim sob ataque de crianças fantasmas, que estavam se vingando de todos adultos que faziam coisas ruins com crianças. 

O terror que eu estava procurando, não achei. Queria que o livro tivesse explorado mais o lado de fantasmas, e mais cenas de suspense. Muitas das passagens em que poderia acontecer algo mais de terror, sempre eram aliviadas. O drama que Lizete vivia, poderia ter sido MUITO melhor aproveitado se tivessem mais páginas. 

E o pior de tudo, é que todas as respostas que o livro dá, não me agradou. O título do livro faz sentido, quando você já está sabendo de tudo, mas eu achei meio bobo (completamente louco e criativo), porém não foi de meu agrado, estranhei bastante, pode ser por gosto pessoal. O livro não merece mais do que as estrelas dadas, porém não é uma total perda de tempo, pois você acompanha uma investigação policial, previsível e acelerada. Se você não tem nada melhor pra fazer, em uma tarde você conclui essa leitura.