23 de fevereiro de 2015

Sniper Americano por Chris Kyle

Autores: Chris Kyle
Editora: Intrínseca 
ISBN: 
9788580576443
Ano: 2015
Páginas: 344

Classificação: 

Sniper Americano - Em uma década de serviço, incluindo diversas incursões ao Iraque e a outras zonas de combate durante a chamada guerra ao terror, Chris Kyle, atirador de elite dos Seals, alcançou o recorde de mais de 150 mortes confirmadas pelo Pentágono. No livro, ele fala dos sofrimentos da guerra, da morte brutal dos companheiros, da ação como atirador e da frieza e da precisão que desenvolveu ao longo do serviço, lançando luz não só sobre a realidade dos combatentes como também sobre a dificuldade de readaptação dos que retornam ao lar. Em 2013, Chris Kyle foi assassinado por um veterano de guerra que sofria de transtorno de estresse pós-traumático.

Sniper americano é um livro que chamou a atenção de todos neste início de ano. Nessas páginas lemos relatos reais de guerra, escritas por um ex-Seal da marinha americana. Chris Kyle foi considerado uma lenda das forças armadas americanas, por muitos considerados um herói.

Não podemos negar que é uma história incrivelmente envolvente e perturbadora. Com certeza uma das biografias mais angustiantes e chocantes já publicadas, talvez pela verossimilidade da forma que nos é narrado as situações perturbadoras que Kyle teve que enfrentar.
Lendo este livro, muitos de nós podem ter um choque muito grande em relação aos valores que Chris leva para sua vida, vou explicar o por quê. A origem de sua família é do Texas, de uma região bem cristã e tradicional; seus pais eram bem rigorosos e desde cedo, os dois irmãos, foram ensinados a caçar e a defenderem um ao outro. O pai de Chris ensina ao seu filho quais são as três coisas mais importantes na vida de um cidadão americano: Deus, Pátria e Família (Nessa exata ordem); Por tal motivo vemos que, quando Chris se torna um adulto e está montando sua família, ele dá preferência a ir a guerra do que ficar em casa cuidando de seus filhos, e acompanhando seus crescimentos. Kyle acredita que é melhor salvar vidas americanas na guerra, do que ficar junto de sua família. Tudo que lemos nesse livro é extremamente americanizado. O narrador cita que mora no melhor país do mundo, e que as pessoas com quem eles lutam no Iraque, não passam de selvagens. Lembro de uma passagem do livro que ele afirma gostar de matar iraquianos, pois sente que assim ele salva milhões de vidas americanas. A única coisa que importa para esse homem, é a vida dos americanos. O que me fez ter um certo desgosto por essas atitudes e esses pensamentos; O livro me fez fazer diversas perguntas quanto a esse jeito de pensar de Kyle. Até que ponto seu patriotismo tem que intervir na vida de sua família? É certo julgar alguém como inferior a você apenas por ser de outra religião, raça ou país? Quando ele diz morar no melhor país do mundo, ele se põe acima de todos.
Todas essas perguntas geram discussões enormes, e muitos podem usar o fato de a guerra ser contra terroristas para justificar esse preconceito de Chris. É realmente muito difícil entrar nessa discussão, o fato é que, SIM! Causa uma estranheza ler as palavras do fuzileiro. 
Mas também quem somos nós para julga-lo né? Ele foi ensinado com esses valores, veio de uma família muito rigorosa e tradicional. Por causa dessa sede de salvar americanos, até hoje ele é o militar que mais matou em guerras, em quatro idas a guerra ele matou por volta de 150 pessoas. 
Tirando esse lado todo político-social, o livro é esplêndido. A narração é muito verdadeira e todas as situações que ele passou na guerra, nos deixa muito tensos. Lendo o livro, eu sentia que estava sentado numa mesa com Chris, e ele estava me contando tudo. Essa narração ajuda demais na cativação do leitor e na sua imersão na vida de Kyle.
O livro é bem completo, encontramos depoimentos de sua mulher e toda a vida do fuzileiro antes de entrar para marinha, quando ainda era um caubói e trabalhava em ranchos pelo Texas. E outro fator excelente, é que Chris mostra também o quão diferente fica a vida daqueles que voltam das guerras, como seu próprio casamento ficou abalado com sua própria mudança, e até citou que entrou em depressão pós-guerra.
Para finalizar vou fazer uma rápida explicação do cargo que Chris ocupava na marinha. Ele nunca sentiu uma atração pela faculdade, e sempre quis ser militar. Tentou se alistar na marinha e quando descobriram que ele tinha pinos nos ossos, por ter caído de cavalo, foi recusado imediatamente. Mas o comandante que falou com ele, lhe disse sobre os Seal (atiradores de elite da marinha) e dali surgiu o interesse de Kyle. Mesmo já tendo desistido da vida militar após ter sido recusado, ele recebeu uma ligação e foi aceito na turma de treinamento. Chris passou por longos e rigorosos treinamentos até se tornar um Seal, e se tornar o maior atirador de elite da história dos Estados Unidos.


11 comentários

  1. Eu também já conferi o filme e confesso que não consegui ficar muito entretido e achei bem longo por sinal, mas consegui ir até o fim. Não sei se pretendo conferir o livro, mas se ler acho que serei bem lento com a leitura.

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  2. Por ser perturbadora demais, não faz meu estilo sabe, o que Kyle teve que enfrentar é a mais pura verdade em que muitos soldados enfrentam em períodos de guerras e e conflitos. Não gosto deste tipo de narração, me deixa chocada com a realidade, srsrs.

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  3. Ainda não assisti mas pretendo. Boa resenha.

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  4. Olá, Diego. Tudo bem?
    Já queria ler o livro por causa da premissa; agora, sabendo dessa visão de mundo do escritor que gera discussões, a vontade de ler aumentou mais ainda.
    Excelente resenha e ótima dica.

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  5. Mal vejo a hora de ler esse livro e assistir o filme. Desde o lançamento ele atraiu bastante a minha atenção e depois que vi os trailers do filme, fiquei mais ansiosa ainda. Acho que vou gostar bastante.
    Beijos.

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  6. Acho que a única coisa que me faria ler esse livro seria a questão de ele ter sido adaptado para o cinema. Não gosto de biografias/autobiografias, e muito menos de pessoas assim como ele. Acho que ser criado em uma família assim, não é desculpa para agir dessa forma.

    @_Dom_Dom

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  7. Ótima resenha Diego! Agora fiquei com mais vontade ainda de ler o livro, haha, eu gostei muito do filme, achei que passou o "estar na guerra" muito bem e pelo que você falou o livro também é assim. Sobre discussão de patriotismo é melhor nem entrar nesse mérito mesmo, americanos sempre foram e sempre serão os maiores patriotas ever! E obrigada pela informação sobre os pinos no joelho, quando vi o filme não entendi o porquê dele não ter ido mais novo para marinha.

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  8. Oi Diego, o filme tem me chamado atenção, mas ainda não fui conferir no cinema, não por conta do livro, que também ainda não li, mas por falta de tempo, pois vou confessar que no momento estou preferindo assistir ao filme mesmo.
    Bjs, Rose

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  9. Estava querendo muito ler o livro! Vi o filme, e fiquei impressionada com o patriotismo exagerado deste soldado e a forma tão diferente que ele morreu, dpois de anos em Guerras, morreu no próprio EUA. Lerei com certeza! :)
    Beijo

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  10. Clint Eastwood não fez um trabalho tão bom como seria de esperar , o livro Sniper americano tem muitas coisas que foram essenciais para o enredo. Por outro lado , eu gostei do desempenho de Bradley Cooper , eu sinto que este tipo de papel que você está bem

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