25 de dezembro de 2015

Separada e Dividida por Clélia Gorski

Autora: Clélia Gorski
Editora: Novos Talentos
ISBN-10: 9788542806151
Ano: 2015

Páginas: 192
Classificação:
Alice, uma assessora de imprensa de 32 anos, decide dar a volta por cima em sua vida, logo após enfrentar a crise do término de seu casamento. Com a tarefa de cuidar de um bebê de um mês e das filhas gêmeas de cinco anos, ela reavalia seu papel no mundo atual, onde a mulher tem que dar conta de inúmeras funções sem borrar o batom, quebrar o salto alto ou descabelar-se no processo. No melhor estilo mulher moderna era pós-industrial, na qual o aspirador de pó prometia ser o símbolo da solução para as tarefas domésticas, Alice reconhece que está sobrecarregada e que necessita, antes de tudo, olhar para si, para então reiniciar sua caminhada de forma mais leve, feminina e feliz.
Alice não vive no País das Maravilhas… Mas sabe que pode sim sentir-se num conto de fadas, se assim desejar, desde que seja responsável por suas escolhas. Alice não é biônica, perfeita e nem uma super-heroína. Alice é apenas uma… nova mulher!

Publicando seu primeiro livro, a autora Clélia Gorski mostrou que tem potencial: trouxe um chick-lit (meu gênero favorito) com uma narrativa que flui, que envolve o leitor na vida da personagem.
Ao ler a sinopse do livro eu não imaginava a estrutura que me seria apresentada. Pensei inicialmente que leria uma narrativa de um momento da vida da personagem, mas fui surpreendida: primeiro que o livro é bem fininho, você pode ler em uma tarde, segundo que a história é dividido em capítulos, com títulos que definem bem a parte da vida de Alice que está sendo descrita: "separada, arredondada, fatiada, socada, costurada, flechada I, flechada II, flechada III, flechada IV, despedaçada, reconstruída", e, como a construção de um castelo fortificado, a cada tijolinho inserido vemos a evolução de Alice, como mulher, como mãe, como ser humano.

A impressão que eu tinha ao ler o livro, era que estava sentada, tomando uma chá com uma amiga e perguntei "Alice, você é uma mulher tão forte, sua vida sempre foi assim?" E então, Alice me contou sua história.

Após a separação, Alice passa a viver sozinha com os três filhos: duas meninas de 5 anos e um bebê de apenas um mês, e é nesse ponto de sua vida que começa seu capítulo "separada", onde Alice enfrenta o dilema da mulher moderna: viver a nova vida de forma completa e não deixar os filhos de lado.

"Essa era eu, Alice, aos 32 anos: mãe de três filhos, separada e completamente ignorante do que estava por vir..."

A mulher-fatiada, uma visão de Alice sobre a mulher moderna, colocou em palavras meus pensamentos diários sobre as "mulheres maravilhas" que tentamos ser (e temos que ser) todos os dias: cuidar de casa, cuidar de filhos, ganhar o mercado de trabalho, divertir-se com as amigas, voltar para cuidar da casa, voltar a cuidar dos filhos... Percebem que muitas vezes nem temos tempo para cuidar de nós mesmas? Esse é retrato da maioria nós, que "fatiamos o tempo em milhares de pedaços para conseguir dar conta de tudo".

Embora o livro seja centrado no desenvolvimento da personagem, ao longo da história vamos conhecendo pessoas marcantes que passaram pela vida de Alice e são essenciais para seu autoconhecimento e crescimento: a mãe de Alice, um outro retrato da mulher-fatiada, que deixe sua vida para estar presente na vida filha e dos netos. As amizades que ela já trazia de longa data e outros que conhece ao longo do caminho, vale lembrar que como na vida de qualquer uma de nós, Alice também encontra umas "doidas varridas por aí". E claro, Alice não é de ferro, é óbvio que o cupido não vai deixar de atingi-la. Alguns capítulos a parte (sugestivamente chamados de flechada) descrevem os relacionamentos amorosos da querida Alice. Destaque, em minha opinião, para seu amor argentino, que fez um pouco de poeira bater um meus olhos (imagina se eu ia chorar...rsrs).
Vamos acompanhando o crescimento dos filhos de Alice, Carol, Beatriz e Filipe, cujas personalidades vão sendo desenvolvidas no meio do turbilhão que é a vida da mãe mas que sempre coloca os filhos em primeiro lugar.

Alice poderia ser qualquer uma de nós, ou alguém que a gente conhece. Não poucas vezes me peguei conversando com a personagem, querendo contar pra ela uma situação parecida que eu havia vivido. Cheguei a ficar aliviada que certas coisas não aconteciam apenas comigo!

"...eu me dava conta de que minha forma excessivamente arredondada durante a gravidez pudesse ser um peso morto em minha vida pós-parto, mas mesmo assim eu comia! Oh céus, como eu comia!"


O layout do livro está bem fofinho, e o desenho da capa representa exatamente o que esperar da querida personagem principal, só não gostei muito das cores, mas porque eu tenho aquela ideia fixa de que chick-lit tem que ter a capa bem colorida.
Se tiverem oportunidade não deixem de "bater um papo com Alice" para conhecer um pouco mais de sua história.


5 comentários

  1. Olá, Kathy.
    Chick-lit está longe de ser meu gênero favorito, então, já fiquei com um pé meio atrás com a obra. Ao ler a resenha, percebi que a autora trabalhou muito bem o enredo e criou uma boa personagem. Além disso, essa narração envolvente é essencial para uma boa leitura. Contudo, ainda assim, não sei se desbravaria a obra. Muito raramente esses livros conseguem me convencer.

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  2. Fiquei bem tentada em "bater um papo com Alice",rs.
    Tenho passado por uma situção um pouco semelhante,e por isso gostaria de conhecer essa história
    Gostei! :)

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  3. Kathy!
    Gosto muito de chick lit também, porque além de trazer sempre uma protagonista atrapalhadinha e cheia de amor para dar, podemos dar boas risadas.
    O bom aqui é que Alice não é uma adolescente, é uma mulher mais madura e que tem enfrentar seus próprios problemas.
    “Desejo de um feliz ano novo todos nós temos, mas fazer o ano novo realmente feliz depende da atitude de cada um de nós.” (João Luis Mastrângelo)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

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  4. A capa desse livro é apaixonante *-* e meio que já conta um pouquinho do livro nela. Não faz meu tipo de história, mas eu leria sem dúvidas. Parece ser uma leitura divertida.

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  5. Não sou muito fá de chick lit, embora li alguns(poucos) e adorei. A historia parece ser interessante relata a vida da mulher de hoje, onde ela tem que se desdobrar para dar conta de tudo em sua volta. Deve ter muitos fatos que se coincidem com o nosso dia a dia.

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