É a manhã do dia da colheita que iniciará a décima edição dos Jogos Vorazes. Na Capital, o jovem de dezoito anos Coriolanus Snow se prepara para sua oportunidade de glória como um mentor dos Jogos. A outrora importante casa Snow passa por tempos difíceis e o destino dela depende da pequena chance de Coriolanus ser capaz de encantar, enganar e manipular seus colegas estudantes para conseguir mentorar o tributo vencedor. A sorte não está a favor dele. A ele foi dada a tarefa humilhante de mentorar a garota tributo do Distrito 12, o pior dos piores. Os destinos dos dois estão agora interligados? Toda escolha que Coriolanus fizer pode significar sucesso ou fracasso, triunfo ou ruína. Na arena, a batalha será mortal. Fora da arena, Coriolanus começa a se apegar a já condenada garota tributo... e deverá pesar a necessidade de seguir as regras e o desejo de sobreviver custe o que custar.
Dez anos após o lançamento do livro A Esperança, que finalizou a trilogia de Jogos Vorazes, a escritora Suzanne Collins decidiu retornar a Panem.
Acredito que não só eu, mas a maioria de nós fomos pegos de surpresa com o anúncio de que após muitos anos de espera, Jogos Vorazes retornaria para contar a história do presidente Snow. O odiado vilão da trilogia, responsável por boa parte das torturas vividas por Katniss, uma vez que não parecia digno de retornar com um livro dedicado a contar a sua história.
Com isso, iniciamos A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes 64 anos antes do primeiro livro, durante a 10ª edição dos Jogos Vorazes. Snow, então com 18 anos, é um jovem de uma família nobre, mas que enfrenta sérias dificuldades após a guerra.
Na Trilogia Jogos Vorazes, além de todo o sofrimento nos distritos, também temos uma boa ideia do luxo que é viver e crescer na Capital de Panem. Porém, A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes nos conta muito mais do que apenas a história de como Snow se tornou o tirano que conhecemos e odiamos. Neste livro, vemos como Panem está longe da glória extravagante apresentada em Jogos Vorazes. Aqui, o Estado exala decadência, com muitos escombros ainda vistos pela cidade para "relembrar a população da guerra".
Algo que me deixou muito surpresa ao ler A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes, foi saber que os Jogos Vorazes nem sempre foram o sucesso que vimos na trilogia. Durante a leitura, descobrimos que o espetáculo macabro não possui nem um pouco do refinamento encontrado por Katniss em sua 74ª edição. Os tributos são tratados literalmente como animais, expostos em um zoológico, mantidos sem alimentação ou qualquer condição humana. Aos poucos, os organizadores começam a perceber que precisam criar um novo tipo de relação com o público para que os Jogos sigam relevantes. É preciso apresentar os jovens como competidores fortes, criar laços, torcidas e engajamento.
Eu realmente não sabia o que esperar deste livro, mas ao terminar a leitura, a minha primeira frase foi: "E mais uma vez a Suzanne Collins me surpreendeu e escreveu algo absolutamente brilhante!".
Por mais que no início eu não visse muito sentido em ter um livro contando a história do Snow, foi muito importante compreender como ele se tornou o tirano enfrentado por Katniss. Também somos inseridos nas experiências de sua infância, traumas, perdas e privação, assim como seus relacionamentos complicados que formaram seu caráter autoritário. Além de conhecermos bem a fundo a sua personalidade. Com a maestria que já conhecemos de Suzanne Collins, ela faz com que nos questionemos todo o tempo: Snow é um produto da natureza ou da criação?
Nenhum comentário
Postar um comentário
Seu comentário é muito importante para o blog! Pois graças a ele, sabemos o que vem achando dos nossos posts. Se chegou até aqui para comentar, já agradecemos o seu carinho! Ah... E volte sempre! ♥